Só nos EUA são anualmente produzidos e importados cerca de 150 biliões de quilogramas de químicos, e este número não inclui os medicamentos, pesticidas, carburantes, nem aditivos alimentares. A maioria destes químicos nunca foi testada quanto ao seu impacto na saúde humana, e no entanto são consumidos diariamente. O que é que a humanidade está a fazer a si e ao planeta Terra? Anualmente são produzidos seis biliões de bisfenol-A (BPA), afundando o planeta em plásticos. O BPA, os ftalatos e outros pseudo estrogénios estão a dar cabo do nosso sistema endócrino, alterando o equilíbrio hormonal em que vivemos. Não admira pois que as menarcas sejam cada vez mais precoces, que os rapazinhos vejam a sua masculinidade comprometida e que o número de cancros da mama entre outros dispare para níveis incontroláveis. Em média, os recém-nascidos têm 287 químicos, isto antes de respirarem, e a partir daí é sempre a aumentar! Só que os sinais hormonais alienígenas são mais potentes do que as nossas próprias hormonas. Éramos naturalmente magros e fortes mas progressivamente estamos a ficar mais obesos e fracos. Os nossos corpos estão tão atarefados a desintoxicar dos tóxicos, que ficam frequentemente sem recursos para efectuar as mais básicas tarefas da vida. Não admira que a humanidade esteja cada vez mais doente. Quando uma espécie está saudável, isso reflecte-se na sua fertilidade. Ora um em cada quatro casais tem problemas de fertilidade, mostrando que a ela se está desvanecendo.
Nada melhor para ilustrar a nossa ligação ao mundo do que o nosso microbioma, ou “ecossistema interno”. O longo tubo que vai da boca ao ânus é a interface entre nós e o mundo que nos rodeia; mais, é onde se localiza a maior parte da nossa imunidade. Saúde e doença começam no intestino! Mas este sistema vital está a ser destruído com o nosso estilo de vida moderno. Os recém-nascidos são literalmente banhados em microrganismos benéficos durante o parto. Com o aumento do número de cesarianas este benefício perde-se, aparecendo uma miríade de doenças, incluindo asma e doenças auto-imunes. Há outra via de inoculação de imunidade através do leite materno, mas a taxa de amamentação não está nos níveis desejados. Para piorar o quadro prescrevem-se abusiva e desnecessariamente antibióticos, os quais alteram a microbiota de uma forma que ainda não conhecemos todas as consequências do que se convencionou chamar disbiose. Há quem tenha a mania de esterilizar tudo o que for possível, mãos, utensílios, etc. perdendo-se parte da imunidade com estes comportamentos.
Sabia que há zonas de alto mar onde se acumulam toneladas de plásticos que andam eternamente à deriva devido às correntes marítimas? E que não há gota de água oceânica que não contenha BPA?
Sabe quais são os componentes dos seus produtos de beleza – champôs, gel de banho, cosméticos faciais e cremes corporais, etc. – bem como quais são os componentes dos produtos de limpeza doméstica? Sabe qual o impacto destes químicos na sua saúde e na saúde dos seus filhos? Acha que as organizações governamentais se preocupam com isto, testam os produtos, etc.? Normalmente são as associações de consumidores a fazer este tipo de trabalho que compete ao estado, e depois de gastarem os parcos recursos não obtêm as leis ou actuações em conformidade! Informe-se. Uma pessoa bem informada é alguém que promove a sua saúde e a dos seus familiares.
Sabe quais são os componentes dos alimentos processados que compra, ou confia cegamente nos fabricantes e nas instituições? Sabe qual é o impacto dos OGM (transgénicos) nos ecossistemas e no nosso organismo?
Uma certeza pode ter. Se nada fizermos em contrário vamos entregar aos nossos filhos um planeta agonizante, mergulhado em tóxicos difíceis de excretar – alguns dos xeno estrogénios só são excretados através do suor provocado por saunas.