Devido aos grandes avanços médico-científicos, as mulheres têm melhor saúde e vivem mais do que nunca. No entanto e paradoxalmente, cada vez mais mulheres sofrem de doenças degenerativas, tais como a osteoporose. Estima-se que a osteoporose atinga mais de 200 milhões de mulheres, com a consequente má qualidade de vida, fracturas ósseas e morte associada. A osteoporose é caracterizada por uma baixa massa óssea, e deterioração na sua arquitectura, o que predispõe a fraturas por debilidade. A densidade mineral óssea (BMD) é o mais importante preditor de risco fraturário e tem uma forte componente hereditária, mas como tudo na hereditariedade, não é determinante. Outros factores que contribuem para a força óssea, alguns deles hereditários, incluem a taxa de renovação óssea, a arquitectura óssea, a geometria do esqueleto, etc. O risco de quedas, que depende da estabilidade postural, a incapacidade total ou parcial, o “enchimento” por gordura e o ambiente, também contribuem para o risco de fractura óssea. A raça e a idade são contribuintes líquidas para este risco. A maior contribuição para a perda de densidade mineral óssea na menopausa vem da acção combinada da falta de progesterona e dos estrogénios. Contrariamente ao que se pensa, é a falta de progesterona – hormona com acção osteo formadora – durante a fase de pré-menopausa a grande culpada pela baixa de densidade mineral óssea, de tal forma que bastam alguns meses em falta relativa de estrogénios – impedem a destruição excessiva de ossso – para que se apresente uma osteopenia ou osteoporose. O pico de massa óssea atinge-se por volta dos 30 anos, e é com esse “aforro” que partimos para a velhice! É portanto um preditor-chave de fracturas na idade avançada. Este pico de massa óssea depende muito dos vários fatores incluindo a genética, que não pode ser alterada, mas que pode ser modificada, a qualidade da nossa saúde, o estado nutricional, nomeadamente em proteína, cálcio, vitamina D, magnésio, boro e silício. O osso não passa de uma “esponja” de colagénio na qual se depositam os minerais. O fosforo e o potássio também fazem parte deste lote, embora este último “apenas” diminua a excreção renal de cálcio. A deficiência líder centra-se na vitamina D, pois as pessoas cada vez menos apanham sol, ou então fazem-no sob a acção de filtros solares – o que é um erro. Apenas níveis acima dos 50 ng/dl garantem uma correta homeostasia do cálcio. Na minha experiência, cerca de 98% das pessoas são insuficientes em vitamina D. Como dose diária média podemos apontar as 2000 UI. Nunca é demais apontar o valor anti-osteoporose da proteína, especialmente o whey (proteína de soro de leite). Também são imprescindíveis para haver um osso de qualidade o magnésio, o boro e o silício. Depois, e infelizmente, há as causas secundárias de osteoporose por ingestão de medicamentos. A terapia hormonal de substituição bioidêntica é fundamental para ter bons ossos: • Testosterona • Progesterona • Estradiol • Tiroide O exame de eleição é a densitometria óssea, embora nos pacientes a tomar bifosfonatos dê falsos positivos. Dos medicamentos para corrigir a osteopenia/osteoporose apenas considero a calcitonina com potencial ação terapêutica. Todos os outros, nomeadamente os bifosfonatos, são maus para a saúde (fibrilação auricular e necrose da mandibula) e não fazem um osso de boa qualidade, antes pelo contrário. O ranelato de estrôncio, embora eficaz, pode dar tromboses. Finalmente, não pode haver bons ossos e boa postura sem se fazer exercício físico. Lembrem-se que esta é a patologia que causa maior fragilidade e dependência. Uma grande parte dos idosos que tem uma fractura acaba por falecer em pouco tempo.