Num artigo publicado na edição de Janeiro deste ano a revista médica The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism, investigadores científicos revelam que há um risco acrescido de morte nos diabéticos tipo 2 que tomam insulina, quando comparados com os que tomam outras medicações, nomeadamente a metformina. Este risco foi quantificado em 43.6% nos casos de terapia com vários fármacos e de 80% na monoterapia com insulina. A terapia com insulina associa-se a um aumento de risco de doença cardiovascular da ordem dos 73.6%. Espantado? Absolutamente nada. Há muito tempo que venho dizendo e escrevendo isto, embora pareça pregar no deserto! Falemos então com clareza. A diabetes tipo 2, ao contrário da tipo 1, caracteriza-se entre outras coisas por haver um excesso de insulina. A célula humana, numa atitude de auto-sobrevivência, rejeita a entrada de “alimento” quando está sobrecarregada dele. O pâncreas, numa tentativa de forçar a entrada da glicose na célula (pois é perigoso o seu aumento no sangue) produz mais insulina (comando para armazenar “alimento”). A célula cada vez responde menos a este comando, naquilo que se convencionou chamar de insulino-resistência. Desta forma a insulina aumenta imenso na corrente sanguínea, com todos os malefícios que daí advêm. Apenas nos casos de comprovada falta de produção de insulina, se deve iniciar esta terapia. Não entender isto, é nunca conseguir tratar decentemente um diabético. A pedra de toque da terapia passa quer pela diminuição na ingestão de açúcar (hidratos de carbono), quer pelo gasto do açúcar e trigliceridos armazenados na célula. Depois podemos lançar mão de fármacos eficazes como a metformina ou as incretinas. Tudo o resto só piora a situação do diabético e faz com que se aproxime do fim.