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Dr. Luís Romariz

Aumento da longevidade e rejuvenescimento

Dr. Luís Romariz

Aumento da longevidade e rejuvenescimento

30.09.11

TEORIA DA TRIAGEM NO ENVELHECIMENTO


Dr. Luís Romariz

Esta teoria assenta no facto de que face a deficiências nutricionais o nosso organismo desvia os nutrientes para tarefas consideradas prioritárias, tais como a reprodução em detrimento do rejuvenescimento.

Cada vez mais se pensa que uma das chaves do envelhecimento se encontra na mitocôndria – a nossa central energética celular – e que alguns nutrientes críticos como o ácido alfalipoico e a acetil-L-carnitina podem interferir no envelhecimento da mitocôndria. Por exemplo, com a idade, a miitocôndria expele mais produtos oxidantes mutagénicos conhecidos como radicais livres de oxigénio. Por outro lado, a cardiolipina, uma gordura-chave das membranas das mitocôndrias, declina de forma assustadora, bem como potencial eléctrico dessas membranas – levando ao envelhecimento. A produção desses radicais mutagénios apenas se resolve com a suplementação celular de ácido alfalipoico. Há bastante evidência que permite demonstrar que a decadência mitocondrial leva a doença degenerativa, incluindo cancro e declínio neurológico. O impacto deste declínio tem um longo alcance pois as mitocôndrias velhas têm um aumento na produção de radicais livres mutagénicos. A nossa incapacidade para produzir ATP – a nossa moeda energética celular – como o fazemos na juventude é também resultado da decadência mitocondrial.

Presentemente temos uma insuficiência generalizada em micro nutrientes como a vitamina K, a carnitina e o ácido lipoico. A vitamina K não é uma vitamina isolada, antes um complexo vitamínico – K1, MK-4, MK-7 – todas com benefícios diferentes mas complementares. A vitamina K pode prevenir muita da degenerescência do envelhecimento, cancro incluído. A MK-7 – uma das formas da vitamina K2 – beneficia o coração por dificultar a deposição de cálcio nas artérias com a consequente aterosclerose. Por outro lado os efeitos cardiovasculares benéficos da MK-4 são bloqueados com os medicamentos anticoagulantes como o Warfine, o que acarreta um enorme risco para a nossa saúde. Não se morre da doença.........morre-se da cura. Com base no melhor know-how, se os humanos ingerissem níveis óptimos de nutrientes como a acetil-L-carnitina, o ácido alfalipoico e as varias forma de vitamina K, eles poderiam usufruir de saúde óptima e livra-se da maioria da doenças degenerativas como o cancro, a diabetes e a doença cardiovascular. Os obesos têm uma insuficiência crónica em magnésio, assim como a generalidade da população. Se em vez dos alimentos refinados e processados característicos da nossa actual alimentação, ingeríssemos uma dieta rica em nutrientes naturais, vegetais e frutos, poderíamos ver-nos livres de boa parte das doenças degenerativas deixando os médicos menos ocupados. Não fumem, porque o tabaco tira8 a 10 anos de vida. Uma boa alimentação é responsável por 10 anos da nossa vida. Uma má alimentação provavelmente tem maior impacto negativo do que o fumo. Temos de desmistificar as RDA das vitaminas e dos micro nutrientes pois estas referem-se aos mínimos para não ter doenças absurdas como o escorbuto ou o beribéri, e não têm em conta as verdadeiras necessidades nutricionais para uma saúde óptima. Na insuficiência o nosso organismo selecciona as funções mais prementes e envia para lá os nutrientes necessários. É preciso convencer as pessoas acerca da sua longevidade e das vidas miseráveis que terão se não tiverem uma vida saudável.

29.09.11

Cara leitora


Dr. Luís Romariz

Boa Tarde Dr. Luís Romariz,
Aos 24 anos tive acne, e fiz tratamento ao mesmo com o uso de de Roacutan, pílula e peelings químicos, o tratamento foi bastante agressivo e tive muitos efeitos secundários.
Há cerca de um ano fui mãe e no início da gravidez apareceram-me borbulhas, que desapareceram no decorrer da mesma. Há cerca de quinze dias, voltei a ter um quadro de acne muito forte, e resolvi consultar um Dermatologista, o qual me deu a escolher entre tomar novamente o Roacutan ou Pílula+Antibiótico+ uma lista de cremes para colocar na cara.
Não gostaria de voltar a passar pelo tratamento agressivo da isotretionina nem pela segunda opção, dado que as pílulas me provocam enxaquecas. 
Ainda amamento o meu bebé pelo que terei de suspender a amamentação por causa dos tratamentos.
Existe outra opção menos danosa para a acne tardia (tenho 37 anos)?. 
Aguardo a sua ajuda!.
Obrigada. 
C. Castro

Olá Cristina
Penso que valeria a pena dosear a sua progesterona no 14º e no 21º dias do seu ciclo. De acordo com os seus níveis poderá suplementar personalizadamente com um gel.
Algo que funciona bem é o derma-roller. A mesoterapia com vitamina A pode ser um bom complemento.
Cumprimentos 

29.09.11

OSSOS E NUTRIÇÃO


Dr. Luís Romariz

A manterem-se as actuais tendências na evolução da saúde, 50% das pessoas sofrerá de osteoporose em 2020. Esta doença para alem das suas raízes em desequilíbrios hormonais é fundamentalmente uma doença ambiental e nutricional. Ossos fracos contribuem para um aumento na massa gorda, diminuição na sensibilidade à insulina, inflamação e aumento de doença cardiovascular entre outras. Embora todos os adultos tenham a percepção da importância do cálcio, a maioria desconhece o papel vital do magnésio, da vitamina D3, do Boro, do Potássio e da vitamina K. Desta forma não obtemos boa parte dos nutrientes indispensáveis a uma boa saúde óssea.

Até há pouco tempo sabíamos que o esqueleto tinha três funções importantes: suporte estrutural para os músculos e para os órgãos internos; reservatório de minerais importantes; e produção de células do sangue na medula óssea. Sabemos agora que há uma quarta função: os osteoblastos, células produtoras de osso produzem uma hormona – osteocalcina – que estimula a secreção de insulina pelo pâncreas e que regula a leptina. Esta, produzida pelas células de gordura (adipócitos), regula a quantidade de gordura corporal e o apetite, para alem de quando aumentada proporcionar o terreno para doença cardiovascular, AVC, hipertensão, e resistência à insulina. Como indicação de uma boa saúde óssea temos o grau de aterosclerose, pois o cálcio decorrente quer da osteoporose quer da alimentação pode-se depositar nas artérias na falta de uma boa nutrição. Quais os nutrientes imprescindíveis a uma boa mineralização óssea, e que impedem a deposição de cálcio nas nossas artérias? São:

  • Cálcio
  • Magnésio
  • Vitamina D3, aumenta a absorção intestinal de cálcio e a mineralização óssea. Dificulta a deposição de cálcio nas artérias
  • Vitamina K2, reduz o nº de células destruidoras de osso (osteoclastos), promove uma boa matriz para a calcificação óssea, diminui a leptina, e impede a deposição de cálcio nas artérias
  • Potássio, essencial à saúde celular, fica diminuído sob acção dos diuréticos, anti-convulsivantes e alguns beta-bloqueantes. Ajuda a diminuir a acidez do organismo havendo assim menor propensão para dissolver osso.
  • Boro, é um mineral vestigial no nosso organismo, limitando a perda urinária em cálcio e magnésio.

Com vemos, o osso é bem mais do que cálcio ...

26.09.11

ENVELHECIMENTO DOS OLHOS ASSOCIADO À INSÓNIA


Dr. Luís Romariz

Um amarelecimento natural dos olhos – cristalino – capaz de absorver a luz azul foi associado à insónia segundo um estudo publicado na revista médica Sleep. Á medida que esta descoloração do cristalino progride e piora com a idade, também aumenta o risco de insónia (e de diabetes). Isto pode explicar porque é que a insónia piora com a idade, segundo o líder dos autores do estudo. A luz azul é uma parte o espectro da luz que influencia o ciclo normal do sono promovendo a libertação de melatonina pelo cérebro. A melatonina é uma hormona que sinaliza o sono para que o nosso corpo passe do estado de vigília para o de sonolência. Dos 980 doentes estudados 82.8% revelaram sofrer de alterações do sono tomando comprimidos para dormir. Assim, determinou-se que quanto menos luz azul passar para a retina maior será o risco de sofrer de alterações do padrão do sono. Este risco verificou-se ser maior nos fumadores e nas pessoas com diabetes – tendo estes dois grupos maior propensão para doença cardiovascular. Por outro lado, o sono melhorou após a cirurgia das cataratas, bem como após a remoção a laser da coloração amarelada do cristalino. Se por um lado é importante prescrever melatonina aos doentes que sofreram cirurgia das cataratas, será da maior importância suplementar a nossa alimentação comas vitaminas e os antioxidantes que protegem da deterioração do cristalino – Zeaxantina, Astaxantina, Luteína, extracto de mirtilo, vitaminas A; C e E, Zinco e Selénio.

22.09.11

SAÚDE E ÓMEGA-3


Dr. Luís Romariz

Durante anos, tem-se alertado os consumidores para os benefícios dos óleos ómega-3 nomeadamente ao nível cardiovascular. Agora, até os cardiologistas os prescrevem aos seus pacientes. Mas os benefícios vão muito mais longe do que a diminuição do risco de doença cardíaca, pois os ómega-3 diminuem 85%. o risco de morte prematura por qualquer doença em. Esta redução não se aplica apenas às pessoas doentes, mas também às pessoas saudáveis. O feito benéfico destes óleos é dose dependente, isto é, quanto mais for ingerido maior será o beneficio para a saúde. Mas o que é que explica esta fantástica redução na mortalidade? Há vários factores em jogo, mas o principal é a forma como as gorduras afectam o nosso nível de inflamação. Um consumo elevado de ómega-3 pode levar o nosso corpo de um perigoso estado inflamatório e pró trombótico para um estado de saúde plena com baixo nível de inflamação. E isto tem um impacto profundo na nossa longevidade. A actual dieta Ocidental tem um excesso de ómega-6 o qual conduz a um aumento brutal na inflamação e na predisposição para trombos vasculares. De uma razão ideal de ingestão de dois ómega-6 para um de ómega-3, passamos para uns assustadores 25 para 1. Isto altera completamente o nosso ambiente hormonal e os mecanismos de regulação da inflamação, alergia e tromboembolismo, pelo que facilmente se geram situação de espasmo coronário com formação de trombos e o consequente enfarte do miocárdio. Por outro lado, o stress crónico e a consequente elevação nas hormonas cortisol e adrenalina promovem o envelhecimento e morte prematura. A suplementação com ómega-3 (EPA e DHA) é capaz de inibir a excessiva estimulação da glândulas supra-renais que despoleta o s. do stress. Igualmente válidos são os efeitos sobre a depressão e a ansiedade, com estudos que comprovam a sua eficácia. Ora a ansiedade contribui para a morte prematura com uns arreliantes 77%. Também está bem documentada a acção dos ómega-3 na hipertensão, no controlo dos “colesteróis”, e 56% de redução do risco de cancro. Dois gramas diários de EPA são o suficiente para obter todos estes benefícios para a nossa saúde.

21.09.11

TRIGO: BOM OU MAU?


Dr. Luís Romariz

Reveja os álbuns de fotografias dos seus familiares desde há duas gerações e espante-se com o facto de que regra geral não aparentarem excesso de peso. E quanto a crianças gordas, nem vê-las!  E as mulheres dessa altura não frequentavam ginásios e nem todos os homens tinham um trabalho físico. Então o que mudou tanto? Uma proliferação de produtos alimentares à base de trigo, permanentemente acessíveis – pão, bolachas, bolos, etc. – e que nos fazem engordar e perder saúde. O trigo tem efeitos bem conhecidos e documentados no nosso organismo nomeadamente a estimulação do apetite, exposição a substâncias tipo morfina, níveis exagerados de açúcar no sangue os quais desencadeiam ciclos de saciedade alternados com ciclos de apetite, glicação que nos envelhece, inflamação, alterações nos ossos e cartilagens e activação de respostas imunes. As doenças resultantes do consume de trigo podem incluir alterações na permeabilidade intestinal, doenças neurológicas, diabetes, doença cardíaca, manchas na pele. Aparentemente é o mesmo trigo que alimentou os nossos antepassados, mas na realidade a alteração genética do trigo para obter melhores colheitas e o aumento na moagem dos seus grãos - tornando-o em pó – interfere com a nossa saúde. Classicamente preferida pelos médicos e pelos nutricionistas pelo seu teor em amidos complexos, na realidade a sua capacidade de transferir rapidamente glicose para a corrente sanguínea torna-o num alimento a evitar. De facto, o seu índice glicémico elevado – mesmo no pão integral é de 69 – quando comparado com a sacarose -59 - leva a uma hiper-estimulação do pâncreas com as consequentes elevações da insulina e dos triglicerideos. Como todos sabemos quanto maior for a insulina maior será a formação de gordura e a lesão ateromatosa nas artérias. De todos os tipos de gordura, a gordura visceral é a mais perigosa e é precisamente esta que o trigo estimula a produzir. É politicamente incorrecto dizer-se que o trigo é um cereal mau para a nossa saúde, mas eu não primo por escrever o que é suave …

19.09.11

TESTOSTERONA: SEPARAR OS FACTOS DA FICÇÃO


Dr. Luís Romariz

Recebo imensas perguntas dos meus doentes sobre a testosterona. Frequentemente eles ouvem noticias antagónicas sobre os efeitos de ter muito ou pouco desta hormona, e sobre se deverão estar preocupados com os seus níveis desta hormona. Na maioria dos casos estão confusos e precisam de uma orientação. É um abuso de esteróides … apenas para homens … um risco para cancro da próstata ou doença cardiovascular … necessário a uma boa função sexual? Debrucemo-nos pois sobre este assunto, e separemos os mitos dos factos:

  • Mito1. Aandropausa não existe. A versao masculina da menopausa ou hipogonadismo tardio, ainda não é reconhecida universalmente pela comunidade médica, mas os seus sintomas são bem reais … Ao invés da queda abrupta nas hormonas e na qualidade de vida da menopausa, os homens vivem um declínio mais gradual na testosterona e nos seus desempenhos diários a partir dos trintas. Pelos 40’s, notam-se os efeitos dessa perda nomeadamente sob a forma de diminuição da libido, disfunção eréctil, osteopenia e sarcopenia (músculos mais débeis), fadiga, aumento de peso especialmente na barriga, ansiedade e depressão. Poder-se-á atribuir à idade, mas isso será um erro fatal. O que há a fazer é testar os níveis da testosterona total e livre, SHBG e estradiol e perceber se a andropausa é uma realidade. Claro que há o velho problema de se saber o que é ou não normal dado que os limites variam entre 300 e 1 000 nanogramas por decilitro. Classicmente a deficiência é abaixo de 200. Mas a experiencia dos médicos peritos nesta área é bem diferente, e o que serve a um não serve aos outros …
  • Mito 2. O declínio na testosterona faz parte do envelhecimento normal. Não devemos aceitar a incapacidade como “naturalmente” resultante da idade. Podemos escolher manter ou até melhorar os nossos níveis de vitalidade da juventude através do exercício físico, nutracêuticos e optimização hormonal. A dieta adequada bem como o exercício pode ter um impacto tremendo nos nossos níveis de testosterona.
  • Mito3. Asubstituição hormonal com testosterona equivale a abuso de esteróides. Os atletas que usam ilegalmente testosterona para aumentar as suas capacidades físicas fazem um mau uso (e perigoso) desta hormona. A substituição hormonal pressupõe a supervisão médica. Muitas das vezes usam doses 20 vezes maiores do que as usadas clinicamente. São portanto duas realidades completamente diferentes.
  • Mito4. Atestosterona aumenta o risco de cancro da próstata. Este mito que infelizmente ainda encontra eco na comunidade médica, tem origem num estudo errado com 70 anos de existência, e que se veio a descobrir que foi efectuado apenas com base num paciente. De facto, o oposto é verdade, e é o declínio na testosterona que está associado ao cancro da próstata. Se assim não fosse, os jovens – com níveis elevados desta hormona – teriam um aumento da incidência de cancro prostático.
  • Mito5. Atestosterona aumenta o risco de doença cardiovascular. De facto, a verdade é precisamente o contrário, sendo o coração o órgão com mais receptores para a testosterona. A mortalidade de causa cardíaca é maior nas pessoas com menores níveis desta hormona. Os estudos associam menor mortalidade cariovascular e menor hipertensão aos quer têm níveis normais de testosterona. Para alem disso estes têm menos “mau” colesterol.

Uma recente pesquisa na Alemanha revelou que os homens e as mulheres não respondem da mesma forma à inflamação, sendo esta modulada nos homens através da testosterona.

18.09.11

VITAMINA D E BIFOSFONATOS


Dr. Luís Romariz

No encontro anual da Sociedade de Endocrinologia foi apresentada uma descoberta de Richard Bockman sobre a resposta melhorada com bifosfonatos em mulheres que fizeram vitamina D associda aos bifosfonatos (fosamax, etc) nomeadamente nas que tinham um nível desta vitamina cerca dso 30 nanogramas por mililitro. O estudo incluiu 160 mulheres a tomar bifosfonatos durante 18 meses e que fizeram duas osteodensitometrias separadas por 5 anos. Do total de doentes, 89 reagiram ao fármaco enquanto 71 não tiveram qualquer melhoria. Os primeiros reagiam sete vezes melhor aos bifosfonatos em relação com os que não melhoravam quando os níveis de 25OH-colecalciferol (vitamina D3) estavam à volta de 33 nanogramas por mililitro.

Quanto a mim parece-me que estes resultados se ficarão a dever exclusivamente à vitamina D, e que estes níveis são demasiado baixos – sendo eventualmente o mínimo dos mínimos – e que níveis maiores e mais próximos dos 50 nanogramas  só por si poderão corrigir a osteoporose. Como tenho referido, os bifosfonatos são drogas perigosas, caras e de valor terapêutico duvidoso pois o osso que promovem é de má qualidade. Melhor seria investir em banhos de sol no Verão e suplementos de vitamina D no Inverno…

18.09.11

Cara T.N.


Dr. Luís Romariz

 Bom dia Dr. Luíz Romariz Tenho 42 anos e infelizmente desde há um mês para cá comecei a ter sintomas relacionados com a menopausa, tais como calores e até suores. Estou assustada pois a menopausa, não só para mim, como para a maioria das mulheres, e quer queiramos ou não, acaba por estar relacionada com o envelhecimento, e eu não gostaria de me sentir uma idosa aos 42 anos de idade. Pelos sintomas que tenho relacionados com os chamados "fogachos" e as irregularidades menstruais, penso que serei das mulheres contempladas com a menopausa bastante cedo, e longe da média da idade. Gostaria de poder contrariar esta situação com riscos minimizados, pois também tenho um nódulo sólido no peito, com características de friboadenoma , bem como problemas relacionados com osteoporose . Não gostaria de me sentir um caso perdido da medicina, que devido a todas estas condicionantes não possa de alguma forma efectuar a terapia de reposição hormonal com hormonas bioidênticas . Tenho horror a cancro, e tento ter uma vida o mais saudável possível Tomei conhecimento desse tipo de tratamento, já li alguma coisa sobre o assunto, e gostaria imenso, não só por uma questão de auto-estima, como também por uma questão de saúde, de poder vir a fazê-lo sem riscos de futuramente contrair cancro da mama.

As questões que coloco são: -se com esta primeira abordagem de quadro clínico poderei fazer essa terapia, ou se estou excluída à partida? - E quais os meios auxiliares de diagnóstico que poderei, ou terei que fazer para uma boa avaliação do meu caso. Gostaria também de saber se existem exames complementares para verificar a predisposição de contrair cancro da mama. Grata desde já pela atenção dispendida. Aguardo resposta.

Atenciosamente

T. N.

A sua questão, por ser pertinente, também será respondida a este nível.

À partida ninguém ficará excluído de fazer hormonoterapia bioidêntica, excepto as portadoras de cancro da mama hormono-sensivel – mesmo estas poderão beneficiar da progesterona.

A menopausa coloca um desafio de proporções épicas à qualidade de vida das mulheres. Estas estando geneticamente preparadas para sobreviverem poucos anos à menopausa têm dificuldade em responder aos desafios de uma longevidade cada vez maior. Facto é que actualmente uma mulher poderá ter tantos anos de menopausa quantos os anos férteis …

Para fazer face a esta nova realidade é preciso optimizar as hormonas, e isto só me parece possível substituindo as que estão em falta (hormonas humanas) por igual quantidade da mesma espécie.

Desta forma, cumprem-se os requisitos forjados durante a evolução da nossa espécie. Todas as pacientes deverão ter testes de rastreio de cancro da mama e dos desvios a ele conducentes, fazendo análises regulares para optimizar as hormonas. Mas as mulheres devem ser alertadas para o facto de se nada fizerem, só por isso correm risco substancialmente aumentado de cancro da mama e ginecológico.

18.09.11

IODO E CANCRO DA MAMA


Dr. Luís Romariz

A deficiência em iodo está a emergir rapidamente como um dos maiores factores de risco de cancro da mama. O tecido mamário e o leite humano contêm concentrações maiores de iodo do que a própria glândula tiróide, a qual contem 30% do iodo corporal. O tecido mamário é rico nas mesmas proteínas transportadoras de iodo usadas pela tiróide para extrair este elemento do sangue. As razoes evolucionárias para esta realidade são claras: o iodo e essencial ao desenvolvimento do cérebro do recém-nascido, pelo que a mãe deve ter meios directos de fornecer iodo à sua criança. O iodo exerce também um poderoso efeito antioxidante ao nível do tecido mamário equivalente ao da vitamina C. O tecido mamário insuficiente em iodo mostra alterações de peroxidação lipídica, um dos factores precoces de desenvolvimento de cancro, bem como alterações ao nível do ADN. O iodo também regula a hormona do stress – o cortisol – contribuindo assim para uma imunidade normal minimizando por esta via o risco de cancro.

O elo entre a deficiência em iodo e o cancro da mama é mais evidente quando se comparam as Japonesas às Ocidentais, pois as nipónicas ingerem cerca de 25 vezes mais iodo. Os estudos apontam para que doses diárias de 5 mg de iodo são o suficiente para manter uma boa saúde incluindo a doença fibroquística das mamas – doses de 6 mg aliviam completamente os sintomas dos quistos mamários.

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