Se ler atentamente os milhares de artigos científicos publicados sobre a soja, acredito piamente que chegará à mesma conclusão do que eu ando a dizer desde a publicação do livro Cozinha Saudável Anti-Envelhecimento, ou seja, os riscos de consumir derivados de soja NÃO FERMENTADOS são muito maiores do que os possíveis benefícios. Reparem que eu disse não fermentados. Durante séculos, os Asiáticos têm consumido produtos de soja fermentados tais como Natto, Tempeh e molho de soja, beneficiando a sua saúde. A soja fermentada não arruína a nossa saúde ao contrário do que acontece com a soja não fermentada, nomeadamente o Tofu, a proteína (dita carne de soja)e a farinha de soja. Infelizmente, muitas pessoas que se convertem a estilos de vida saudáveis têm sido enganadas e manipuladas para crer que a soja processada e não fermentada como é o caso do leite de soja, queijo de soja, hambúrgueres de soja e até gelado de soja são bons para a sua saúde. Para alguns a soja passa a uma espécie de religião e são incapazes de atender à evidência. Mas como é que a soja se tornou tão popular? Se parece que os derivados de soja apareceram do nada para se tornarem no milagre do século XXI, então deve ser verdade. De 1992 a 2006 as vendas dos produtos de soja aumentaram de forma indescritível, de acordo com uma alteração comportamental dos consumidores, alteração esta que não foi acidental mas sim o resultado de investimentos massivos da indústria da soja para publicitar como super saudável e imprescindível algo que nos arruína a saúde! E foi uma campanha de sucesso, um autentico case-study. A industria da soja é na realidade uma GRANDE indústria. Entre 2000 e 2007, os industriais do ramo alimentar introduziram mais do que 2700 novos produtos à base de soja, e estão continuamente a aparecer novos produtos. É caso para perguntar como conseguimos viver milhões de anos sem esta “maravilha” que:
- Foi percebida como saudável por 85% dos americanos em 2007
- 33% deles comem alimentos ou ingerem bebidas com soja pelo menos uma vez por mês
- 70% dos consumidores acredita que a soja e o óleo de soja é bom para eles
- 84% dos consumidores concorda com a teoria em que 25 gramas diários de soja reduz o risco de doença cardiovascular
Este é um caso trágico de mentir consecutivamente até parecer verdade. Há uma enorme quantidade de artigos científicos demonstrando que a soja não é a panaceia do século XXI. Mas se perguntarmos aos médicos, nutricionistas e outros profissionais da saúde se a soja nos faz bem, a resposta é invariavelmente um rotundo sim. Mas quando questionados a dizer porque é que faz bem, a resposta será invariavelmente porque é de origem vegetal, ou nos casos de profissionais sérios, NÃO SEI. A maioria da soja à venda nos mercados é de origem transgénica, por muito que se clame que o não é. Ora a transgenicidade é para que a soja possa resistir aos pesticidas e herbicidas utilizados (Roundup) na indústria da soja de forma a aumentar as colheitas e a destruir as ervas daninhas. Ao contrario dos asiáticos que comem pequenas quantidades de soja (não transgénica), os Ocidentais separam a soja em proteína e óleo. E acreditem, não há nada de natural ou saudável neste produtos. O óleo fica impróprio para consumo e a proteína fica desnaturada com potenciais consequências gravosas para a saúde. As alterações na nossa saude variam desde mal nutrição, dispepsias (problemas de digestão), quebra da imunidade, disfunção da tiróide, dificuldade na aprendizagem, alterações reprodutivas e infertilidade – até doença cardiovascular e cancro nalguns casos. Nem tudo que é natural e vegetal é bom para a nossa saúde. Muitos dos venenos são vegetais, e a soja não fermentada é um deles, pois contem antinutrientes - saponinas, toxinas, fitatos, inibidores das proteases, oxalatos, goitrogenios e estrogenios - que bloqueiam a absorção de minerais essenciais como o zinco, atacam a tiróide, dificultam a digestão das proteínas e alteram o sistema endócrino. A soja também contém hemaglutinina que favorece a produção de coágulos sanguíneos. Os únicos derivados de soja que podemos comer são os fermentados (notem que a fermentação tradicional que destrói estes “venenos” não é compatível com a pressa económica dos nossos dias, pois demora cerca de três anos a efectuar) nomeadamente o Tempeh, Miso, Natto, e o Molho de soja. Leiam The Whole Soy Story e ficarão espantados.