EXERCÍCIO: UMA DOSE DE BOA MEDICAÇÃO
Numa recente quarta-feira à noite, Cindy Gerstner, de 42 anos de idade, sentou-se na sua bicicleta estática e começou a pedalar vigorosamente. Para ela não se tratava apenas de um treino, pois o cancro da mama tinha-se espalhado para o cérebro, pulmões, ossos e fígado. Eram 40 minutos de medicação. “É parte do plano de terapia”, disse Gerstne, que é membro de uma equipa de recuperação de doentes com cancro da mama e de sobreviventes que acreditam que o exercício é um poderoso meio de manter o cancro em respeito. Os programas de boa forma física já são um marco dos cuidados cardiovasculares. Mas os programas de treino que ajudam a combater o cancro ainda estão no seu início. As novas orientações internacionais sobre combate ao cancro incluem programas de exercício físico, cerca de 150 minutos semanais. Algumas questões ainda têm de ser esclarecidas, nomeadamente qual o tipo de exercício e quanto tempo, mas o valor do treino já é inquestionável. Em muitos casos parece aliviar os sintomas, mas o verdadeiro impacto ainda está por estudar, mas os médicos ainda têm relutância em prescrever algo que possa causar stress ao corpo – o que é veemente negado por Prof. Kathryn Schmitz Prof. da Universidade da Pensilvânia e autor das novas orientações. A grande mensagem é: evitar a inactividade. Ao início o exercício pode parecer intimidador, mas com o passar do tempo tudo melhora e as pessoas passam a sentir-se muito melhores. O trabalho de Schmitz publicado no New England Journal of Medicine, revela que até o exercício de pesos é benéfico para o linfaedema dos braços associado ao cancro da mama. O exercício pode ajudar as pessoas em tratamento contra o cancro a suportar a quimioterapia, cirurgia ou radioterapia. O grande beneficio do exercício físico é que actua quer ao nível físico quer ao nível emocional.