A máxima em Medicina é “nem sempre, nem nunca”. Vejamos o que se passa com o excesso de peso ou com a obesidade. Antes de mais, convém dizer que é uma doença, e que é multifactorial. Não é branco nem preto, há muitos factores envolvidos e muitas vezes eles somam-se.
Assim, podemos pensar em factores de risco como comer demasiado, comer doces ou hidratos de carbono de alto índice glicémico, comer porque nos sentimos infelizes e a comida conforta-nos, passar a vida a petiscar, medicações, desequilíbrios hormonais, etc.
Então o que fazer? O primeiro passo, sem o qual nunca entenderemos o doente que temos na nossa frente e as causas da sua obesidade, consiste em obter uma história clínica, de exercício físico e nutricional. Assim, ficamos com uma ideia das razões do sobrepeso de cada paciente, a abordagem TEM de ser personalizada, e podemos partir para as avaliações de composição de massa corporal, determinação de pregas cutâneas e análises.
Quando tivermos todos estes dados integrados num diagnóstico será mais fácil determinar a respectiva terapia.
Uma perda de peso quer-se à custa de massa gorda e não de músculo ou de órgãos. É pois fundamental a introdução, cientificamente validada, de uma dieta proteinada e suplementada.
O plano nutricional deverá ter em conta os gostos dos pacientes e a sua bolsa. Sem deficit calórico não há perda de gordura. Os suplementos antioxidantes e os extracto vegetais – nomeadamente chá verde, Irvingia e Hoodia – podem ser preciosos e não interferem com o SNC.
Por fim teremos que equacionar: a doente terá algum grau de alimentação emocional? Nesse caso podem ser necessários os tais medicamentos. A questão está em justificá-los e ter em conta os seus potenciais efeitos secundários, explicando-os muito bem aos doentes. A opção final deverá contar sempre com o seu consentimento informado.
Por fim o exercício físico. É imprescindível para emagrecer? Não, mas será determinante. Muitas vezes, numa primeira fase, é difícil convencer as pessoas a aderir ao exercício. Mas com o passar do tempo e a constatação que se está a perder massa gorda as pessoas tornam-se mais receptivas ao treino, pois já agora querem tudo a que têm direito. E a modelação corporal passa OBRIGATORIAMENTE... pelo exercício físico!
Este post vem na sequência de um programa na TSF sobre lipoaspiração não invasiva. Independentemente de outras considerações, e das pessoas poderem perder volume, gostaria que reflectissem sobre o seguinte:
A gordura que saia dos adipócitos tem de ir parar obrigatoriamente ao fígado. Este é que vai determinar o que fazer com ela. Não é possível excretar gordura pela urina, e nas fezes a quantidade será mínima. Para verificarem basta fazer uma análise à urina após as sessões e vêem que a gordura é ZERO. Então para onde vai? O pior que poderá acontecer será o fígado depositá-la na cavidade abdominal!