Desde a saúde cardíaca até a uma melhor função cerebral, reduzindo os riscos de cancro até à melhoria do humor, há alguma coisa que os ómega-3 não façam?
Os principais ácidos gordos ómega-3 são o ácido eicosapentanoico (EPA) e o decosahexanoico (DHA). Estes tipos de ácidos gordos têm benefícios diferentes. Embora o ALA (ácido alfalinolénico) contido nas sementes de plantas possa ser convertido em EPA, esta conversão é realmente muita pequena (cerca de 8 a 20%). A conversão para DHA (o principal constituinte da massa cerebral) é ainda menor (0.5 a 9%). A mulher em idade reprodutiva tem uma taxa de conversão destes ácidos gordos 2.5 vezes maior do que o homem. Esta conversão é fundamental para a saúde cardiovascular, pois todos os estudos demonstram um risco cardiovascular diminuído entre as pessoas que consomem boa quantidade de EPA e DHA. Melhoram o ritmo cardíaco e reduzem o risco de um segundo ataque cardíaco. Nas pessoas com insuficiência cardíaca reduzem o risco de mortalidade em cerca de 10%.
A segunda área de maior pesquisa sobre estes ácidos gordos é a do funcionamento cerebral, sabendo-se que eles – especialmente o DHA – melhoram o desempenho cerebral e previnem a degradação cerebral associada à idade. Um estudo feito pelo Dr. Martek reporta que há uma melhoria na doença de Alzheimer com a suplementação de DHA (Journal of Neuroscience, April 2007, Vol. 27). Em relação ao humor sabe-se que o EPA e o DHA são capazes de melhorar o humor e o comportamento. Estes ácidos gordos têm sido muito utilizados, e com sucesso – em doses altas – na depressão (May 2008, Vol. 87, pp. 1156-1162). Estudos mostram diminuição da taxa depressão em 50% com a ingestão de 1 grama de EPA, de forma análoga ao uso de fluoxetina (Prozac).
Quanto ao cancro, os estudos epidemiológi8cos reportam o uso potencial dos ómega-3 na prevenção de cancro da mama, próstata e coloractal.
Estes ómega-3 podem também ter um importante papel na manutenção da saúde dos olhos e na redução da degenerescência macular, a causa major de cegueira após os 50 anos. Sabemos que estes ácidos gordos, particularmente o DHA têm um importante papel nos nervos da retina.
É evidente o papel destes ómega-3 durante a gestação, permitindo uma criança com melhor saúde e com melhor cérebro (The Journal of Pediatrics, March 2008, Vol. 152, pp. 356-364.e1).
Pondere pois a possibilidade de suplementar a sua alimentação com óleo de peixe de alta qualidade, e repare na questão da qualidade/preço. Provavelmente ficará mais económico o peixe de cultura suplementado com ómega-3. No entanto nada se equipara com o consumo de sardinha, cavala, etc.