O álcool foi uma das primeiras substâncias utilizadas como afrodisíaco. Terence, no livro Eunuchus, disse: "Sine Ceres et Libero friget Venus", isto é, sem comida e vinho não há sexo. Estudos demonstram que a ingestão de pequenas doses de álcool aumenta o nível de testosterona (a hormona masculina) na mulher - isto, sem dúvida, aumenta o desejo sexual feminino. Além disso, o álcool pode reduzir a ansiedade e libertar as inibições morais e culturais, deixando o casal com menos restrições ao sexo. Isto, porém, é tudo o que a ciência diz sobre o álcool como afrodisíaco. Se a dose for alta, entretanto, o efeito é o oposto: o álcool causa impotência sexual.
Muitos pratos exóticos e de sabor estranho também têm, segundo a cultura popular, poderes afrodisíacos. Entre estes, figuram, principalmente, os frutos do mar, pois têm muito zinco o qual aumenta a testosterona livre. O chá de pinhas de pinus também, segundo a crença, tem estes poderes. A regra geral é que quanto mais caro e mais exótico for o alimento, mais pessoas acreditam em seu poder afrodisíaco. Há, entretanto, representantes desta área em espécies mais comuns, como o amendoim, o coco, o pinhão, a uva, entre outros. Não há nenhuma evidência de que qualquer uma destas iguarias (exóticas ou não) tenham efeitos sobre o apetite e performance sexual. Mesmo assim, milhares de tigres asiáticos são abatidos anualmente para que os seus pénis sejam extraídos, e acabem em "sopa de gente rica".
A cebola, por mais incrível que pareça, tem sido utilizada como afrodisíaco desde os tempos mais remotos.
Muitos textos clássicos Hindu, sobre a arte de fazer amor, mencionam a cebola como um alimento pré-coito. Na era dos faraós, os celibatários não podiam comer cebolas, por causa de seus efeitos potenciais. Na França, era servido cebolas aos recém-casados na manhã após a lua de mel, para que eles restaurassem a sua libido. A ciência não encontra argumentos para sustentar esta crença popular. Todos sabemos, porém, dos efeitos prejudiciais que a cebola pode ter na relação amorosa - o mau hálito pode vir a inibir o interesse sexual...
Algumas drogas têm efeito sobre a impotência masculina. A primeira droga que foi reconhecida pelo FDA como possuidora desta propriedade foi o ácido 3-hidroxi-2-(3-hidroxi-1-octenil)-5-oxo-ciclopentaneheptanóico, popularmente conhecido como alprostadil, aprovado no dia 6 de julho de 1995 pelo FDA, e fabricado pela Upjohn Company, sob o nome de Caverject. O inconveniente era que esta droga deveria ser injectada, com uma seringa, no pénis, minutos antes da relação sexual. A droga dilata o corpo cavernoso, permitindo uma maior entrada de sangue no pénis e a consequente erecção. Milhares de americanos correram às farmácias para adquirir o produto. Pouco tempo depois foi lançado o Viagra, também aprovado pelo FDA e produzido pela Pfizer, que além de possuir maior eficácia, era de ingestão oral - melhor do que o Caverject, que tinha que ser injectado.
Concluindo, a grande maioria dos compostos e misturas tidos como afrodisíacos são cientificamente infundados. A ciência procura encontrar mais compostos afrodisíacos - afinal, este é um mercado extremamente promissor. A cultura popular, entretanto, não aguarda os avanços científicos. Na maioria das vezes, basta uma indicação de um livro tipo "Seleções Digest" e a população passa a acreditar solenemente nos poderes do composto. Embora algumas vezes a causa da disfunção sexual seja psicológica, na sua maioria há um desequilíbrio hormonal que se revela numa diminuição da testosterona livre. Claro que nas disfunções de causa psicológica, a crença de super-poderes nestes produtos pode ajudar a reverter o quadro, e causar a erecção. Neste caso, basta ter fé, a composição química do produto pouco importa.
É preciso ter cuidado e um senso crítico em relação aos milagres oferecidos pelas indústrias. Como diz um velho ditado, "O órgão sexual mais importante é aquele que fica entre as orelhas". Use bem o seu!