O Sol
Os nossos antepassados conheciam a importância do Sol. Não só conheciam, como reverenciavam o Astro-Rei! Por exemplo, todas as civilizações comemoravam o solstício de verão (o dia mais comprido do ano) como uma data especial e feliz. Já a data do Natal cai, simbolicamente, no solstício de inverno (noite mais longa do ano) dia 25 de Dezembro, quando o Sol começa a “renascer”, ou seja, voltar a brilhar por mais tempo no Hemisfério Norte. Esse mesmo retorno do Sol coincide com a milenar comemoração do Chanuca pelos judeus, do festival Yalda pelos iranianos (Yalda deriva do significado de nascimento, e é comemorado desde os tempos da Caldéia e Babilónia), do festival romano da Saturnália, do Kračún dos antigos eslavos, e o Yule dos povos escandinavos e germânicos.
Já para a nossa civilização contemporânea, pouco importa a passagem do Sol. As estações do ano passam despercebidas, umas atrás das outras. Os dias não são nem mais longos, nem mais curtos durante o ano, pois nós acendemos a luz. Quando está frio, liga-se o aquecimento; e quando está quente, liga-se o ar condicionado. Ao contrário dos povos antigos, que durante o dia ficavam expostos ao sol e ao ar livre, nós vivemos isolados do Sol, entre quatro paredes - em casa, no trabalho, nos automóveis, autocarros, metro e comboios.
Até à época dos nossos bisavós - época em que não existiam antibióticos, transfusões de sangue e cirurgias - as propriedades curativas e preventivas do Sol eram reconhecidas por todos. Nos hospitais, os pacientes eram obrigados a tomar “banho de Sol” diariamente. Aqueles que não podiam andar, eram levados em cadeiras. E aqueles que não podiam sentar, eram levados com cama e tudo!
Nas últimas décadas, os médicos, os média e as instituições mais importantes na área da saúde têm advertido a população para se esconder do Sol. “O Sol envelhece”. “O Sol queima”. “O Sol provoca o cancro!”. Interessante observar que a incidência de melanoma, um cancro maligno de pele, vem aumentando continuamente, apesar da exposição cada vez menor ao Sol e uso cada vez maior de protectores solares pela população.
Um dos maiores protectores celulares, da pele e de todo o organismo, contra o câncer, é a vitamina D. E a vitamina D é fabricada na nossa pele a partir dos raios ultravioleta B do Sol! O Sol é a nossa principal fonte de vitamina D.
Os raios ultravioleta B - único comprimento de onda capaz de se transformar em Vitamina D - é bloqueado pelos protectores solares. Vivemos mundialmente, um período trágico na saúde da população devido à má compreensão da natureza e da necessidade dos raios ultravioleta B e da Vitamina D.
A Vitamina D possui papel importante na prevenção de uma série de doenças, como por exemplo:
- Enxaqueca
- Insuficiência adrenal
- Doença de Alzheimer
- Alergias
- Doenças autoimunes, como esclerose múltipla e artrite reumatóide
- Cancro do cólon, mama, pele e próstata
- Depressão
- Diabetes
- Hipertensão arterial e doenças cardiovasculares
- Distúrbios de aprendizado e distúrbios do comportamento
- Cáries dentárias, dentes “encavalados”
- Obesidade, osteopenia, osteoporose
- Psoríase
Pesquisas científicas indicam que a deficiência de vitamina D possui influência na causa de 17 tipos de cancro, além de doenças cardíacas, derrame, diabetes, tensão alta, depressão e dor crónica. Isso não significa que a única causa dessas doenças seja a deficiência da Vitamina D, nem que você estará totalmente a salvo de contraí-las se apresentar níveis normais de vitamina D. Significa apenas que as múltiplas influências da Vitamina D na saúde não podem mais ser desprezadas.
Um estudo de cientistas da Creighton University, nos EUA, duplo-cego, aleatório e controlado, em 1179 mulheres pós-menopausicas, conduzido por 4 anos e publicado no American Journal of Clinical Nutrition no qual as mulheres que tomaram 1100 U.I. (”Unidades Internacionais”) de Vitamina D3 tiveram incrivelmente menos 80% cancro que aquelas que não receberam esse nutriente. Este é um estudo em centenas…
Antigamente, o atractivo da praia era… a praia! Sim! A areia e o mar - e sol! Passava-se as férias de verão, sempre que possível, na praia literalmente.
Com o advento do filtro solar, o Sol passou a ser demonizado como nosso pior inimigo. A indústria farmacêutica passou a investir pesadamente na formação de opinião médica negativa com relação a toda e qualquer exposição ao Sol.
A propaganda anti-Sol atingiu o pico do absurdo nos Estados Unidos, com uma campanha anti-Sol da Sociedade Americana do Cancro de 2007, que foi considerada anti-científica e enganosa pela média séria. Além disso, evoca o medo ao declarar que o cancro de pele é a forma mais comum de cancro - mas não menciona que ele é responsável por apenas cerca de 2% das mortes por cancro, os quais são, na sua quase totalidade, provocados por apenas um tipo de cancro de pele, que é o melanoma, e não por outros tipos. Nossa pele precisa dos raios solares ultravioleta B para fabricar a vitamina D, importantíssima para nossa saúde e bem-estar. A actual campanha no sentido de evitar, indiscriminadamente, a exposição ao Sol, pode estar colaborando para o aparecimento de muitos tipos de cancro em diversos órgãos, para além de osteoporose, dor crónica e depressão, entre outras doenças.
Os raios ultravioleta B - necessários para o fabrico de vitamina D pela pele - aumentam em concentração conforme o ângulo de inclinação do Sol aumenta com relação ao horizonte. Portanto, quando o sol está a pino, a incidência de ultravioleta B é máxima! Conclusão: o sol do meio-dia é o mais apropriado para a fabricação de vitamina D pela nossa pele. Bem ao contrário das recomendações que tanto escutamos.
Mas, cuidado: Os raios ultravioleta B também podem queimar a pele e prejudicá-la. Tudo é uma questão de dose, e de sabedoria, tão deixada de lado nos dias de hoje. O Sol não poderia ser um exemplo melhor da aplicação prática desse símbolo e dessa arte: muito sol prejudica e pode até matar uma pessoa. Mas um pouco de exposição do corpo ao Sol, no período mais rico em raios ultravioleta B, pode nos fornecer esse tão desejado nutriente que é a vitamina D - e que infelizmente, encontra-se em níveis insuficientes numa parcela significativa das pessoas.
Se você possui pele clara, bastam 4 a 6 minutos de exposição ao Sol a pino, de corpo inteiro, diariamente, para manter seus níveis de vitamina D em níveis desejáveis. Para peles escuras, esse tempo pode aumentar.
A aplicação de filtro ou protetor solar bloqueia a passagem dos raios ultravioleta B, portanto impede a fabricação da vitamina D.
A presença de nuvens, ou mesmo névoa, encobrindo o Sol, é suficiente para bloquear os raios ultravioleta B e tornar esse tipo de Sol bem menos eficaz para a produção de vitamina D. Valorize os dias ensolarados de céu límpido como uma bênção para sua saúde! Evite lavar-se por 1 hora após haver tomado sua dose de Sol, para dar tempo à pele de fixar a vitamina D.