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Dr. Luís Romariz

Aumento da longevidade e rejuvenescimento

Dr. Luís Romariz

Aumento da longevidade e rejuvenescimento

15.07.09

SEGREDOS SOBRE O FERRO


Dr. Luís Romariz

Como provavelmente saberá, o ferro é muito importante para o nosso organismo, e sem quantidades suficientes de ferro não poderemos gozar uma boa saúde. Mas também é uma faca de dois gumes, e demasiado ferro pode causar graves problemas de saúde. Também neste caso mais não é melhor, razão pela qual devemos ter muito cuidado ao prescrever ferro aos nossos doentes. O ferro é necessário a várias funções no nosso corpo, mas uma das mais importantes é a sua ligação à molécula de hemoglobina que serve de transportadora do oxigénio aos diferentes tecidos. Sem a devida oxigenação as nossas células morreriam rapidamente – o que acontece nos casos de AVC (trombose cerebral) ou no enfarto do miocárdio.

è muito importante diagnosticar as reais causas de uma anemia, pois nem todas são devidas a deficiência de ferro – isto só acontece quando há perdas de sangue ou quando a relação perda/ingestão é cronicamente deficitária como é o caso das crianças e das mulheres que menstruam. As anemias podem ser causadas por:

·        Perda sanguínea

·        Deficiências em ácido fólico e/ou vitamina B12

·        Cancro

·        Doenças do baço

·        Anemias hemolíticas – em que há destruição dos glóbulos vermelhos no interior do corpo (nestes casos o ferro não se perde, pelo que é contraindicada a sua suplementação)

As anemias são fáceis de diagnosticar, mas o mais importante é diagnosticar a sua causa, pois o tratamento diverge conforme a causa. O ferro tanto pode curar como pode fazer mal à nossa saúde. Se tivermos mais ferro do que o necessário para as funções celulares, o resto torna-se num fardo (o ferro é dificilmente eliminável) pois o nosso organismo trata o ferro – e outros metais de transição – como se fosse um produto radioactivo. Tem de o fazer ligar a moléculas de transporte para que nenhum ferro esteja livre, pois caso contrário promove a nossa oxidação e produção de radicais livres. São pois de evitar os polivitaminicos ou alimentos fortificados com ferro.

O excesso de ferro e a sua consequente capacidade de oxidação pode lesar o ADN, as nossas células, as nossas artérias e finalmente o nosso coração. É o que acontece com a chamada lesão de reperfusão – após um AVC ou enfarte o que mais danifica os tecidos é a enorme produção de radicais livres que se forma a partir do ferro quando o sangue volta a fluir.

A determinação do excesso de ferro é muito simplesmente feita com a análise à ferritina, e deve ser feita regularmente. O teste mede a quantidade de uma molécula transportadora de ferro, dentro das células – a ferritina. Se a ferritina estiver baixa isso significa que o seu ferro é baixo. A variação normal é entre 20 e 80 ng/ml. Menos de 20 significa deficiência em ferro e mais do que 80 significa sobrecarga de ferro. Quando é desmesuradamente alta pode estar relacionada com um processo inflamatório agudo. Uma ferritina persistentemente alta pode levar a doença pancreática e a diabetes. A solução para tratar uma ferritina elevada é simples: dar sangue.

Para quem está no extremo oposto, isto é, com deficiência em ferro o melhor é o ferro orgânico da carne ou do sangue dos animais. O ferro dos suplementos nomeadamente o sulfato ferroso é tóxico, pelo que este metal na sua forma inorgânica deve ser evitado. Finalmente devemos ter em conta que os microrganismo invasores utilizam o ferro para se poderem reproduzir, razão pela qual o nosso corpo sequestra o ferro em face de uma infecção. Dar ferro é dar aos micróbios meios para poderem proliferar!

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