Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]

Dr. Luís Romariz

Aumento da longevidade e rejuvenescimento

Dr. Luís Romariz

Aumento da longevidade e rejuvenescimento

03.12.16

ELECTRÕES, TOXINAS, E DOENÇA


Dr. Luís Romariz

Muitos fenómenos científicos, talvez a sua maioria, obedecem ou seguem leis da natureza. Quando um perito não consegue explicar os factos aos leigos, é porque tem uma completa falta de compreensão desses factos.

A pesquisa dos efeitos dos antioxidantes sobre toxinas e doenças infecciosas mostra um padrão nos seus mecanismos de actuação. Um ser vivo saudável é aquele em que há um permanente fluxo de electrões. Quando doente, esse fluxo está parcialmente comprometido, e quando não há fluxo de electrões é porque o ser vivo está morto. As toxinas e as doenças causam uma sobre produção de radicais livres, ou seja, uma oxidação; ao invés, os antioxidantes neutralizam os efeitos da oxidação reparando ou ajudando a reparar as lesões e a restabelecer o fluxo electrónico. A vitamina “C”, enquanto primeiro antioxidante corporal, é talvez o mais importante doador de electrões que mantém o fluxo em níveis óptimos. A oxidação envolve a perda de electrões, e os antioxidantes contrariam este processo. Embora a vitamina “C” possa ser o antioxidante mais importante, há muitos e diferentes antioxidantes presentes no nosso corpo, e muitos deles trabalham para manter os antioxidantes naturais endógenos, o que permite que eles doem electrões. Por exemplo, a vitamina “E” é um antioxidante solúvel em gordura, o que a torna importante na defesa das membranas celulares (feitas de gordura). A vitamina “C” que é apenas solúvel em água, ajuda a recarregar a potência antioxidante da vitamina “E”.

Neste contexto a perda local de electrões (oxidação) representa o inicio da degradação das estruturas celulares. Um antioxidante serve para repor imediatamente essa perda de electrões, resultando numa rápida reparação dos tecidos lesados. Frequentemente, os antioxidantes conseguem neutralizar os radicais livres ainda antes de eles oxidarem estruturas celulares. Os estudos sobre doença oxidativa revelam de forma consistente:

  • Diminuição nos níveis de vitamina “C” e outros antioxidantes
  • Aumento no nível do stress oxidativo, indicando oxidação persistente
  • Aumento na produção hepática de vitamina “C” nos animais que a produzem, como resposta adaptativa
  • Aumento no consumo de antioxidantes
  • Correlação directa entre a actividade tóxica e os níveis antioxidantes
  • Indução aguda de escorbuto, consistente com depleção em vitamina “C”

De notar que estes achados são independentes do tipo de toxinas, uma vez que todas as toxinas causam oxidação dos enzimas e das estruturas celulares. Toda a lesão tóxica pode ser reparada por uma dose suficientemente alta de antioxidantes. Claro que esta terapia deverá ser instituída antes de haver danos irreversíveis. Curiosamente, as doenças infecciosas infligem lesão da mesma forma que as toxinas, pelo que altas doses de antioxidantes são úteis na sua cura.

Não há antioxidantes menores, antes sim um cabaz antioxidante em que uns têm maior afinidade para uns tecidos e outros para outras estruturas. Os antioxidantes actuam todos da mesma maneira, doando electrões, e não vale a pena investir em bagas dispendiosas ou outros. Assim, o importante é a determinação analítica dos antioxidantes totais e o seu aumento. Uns actuam dentro das células – caso do glutatião – outros fora, caso da vitamina “C”; outros nas membranas – caso da vitamina ”E”; e há o caso particular do ácido alfa lipoico que actua em todos os meios.