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Dr. Luís Romariz

Aumento da longevidade e rejuvenescimento

Dr. Luís Romariz

Aumento da longevidade e rejuvenescimento

15.07.12

HOJE, JÁ FEZ A SUA VITAMINA D?


Dr. Luís Romariz

Há treze vitaminas necessárias ao desenvolvimento e crescimento humano e à manutenção de uma boa saúde. Como deriva da própria definição elas não podem ser fabricadas no nosso organismo, devendo ser fornecidas pela alimentação ou pelas bactérias intestinais amigáveis, excepto a vitamina D que é fabricada a partir da transformação do colesterol pelos raios solares UVB. Quando nos expomos ao sol – durante 20 minutos nus e sem protector solar – fabricamos cerca de 20.000 UI desta vitamina. Isto é válido para regiões subtropicais e para peles normais, tendo que se aumentar ou diminuir ao tempo de exposição consoante o tom de pele e a latitude. A vitamina D é a única vitamina que se comporta como uma hormona – 1,25-2OH colecalciferol – sendo a sua versão final, activada, produzida ao nível renal. É esta que se liga aos receptores no núcleo das nossas células e que controla a expressão de mais de 200 genes. Para lá dos efeitos conhecidos sobre o metabolismo fosfocálcico, a vitamina D activa os genes que controlam o crescimento e diferenciação celulares bem como a morte celular programada (apoptose); expressa mediadores da imunidade e liberta neurotransmissores (por exemplo a serotonina) que influenciam o estado mental. Os testes sanguíneos de vitamina D medem a versão não activada, ou seja, o 25-OH colecalciferol e é assim que deve ser medida. As deficiências graves de algumas vitaminas causam doenças específicas como o beribéri (falta de B1), pelagra (B3), anemia perniciosa (B12), e escorbuto (vitamina C). A deficiência em iodo conduz ao bócio, atraso mental, e cretinismo quando severa. O raquitismo, um amolecimento ósseo nas crianças, descrito pela primeira vez em 1651, é outra insuficiência nutricional específica, que atingiu proporções epidémicas durante a revolução industrial. Aí demonstrou-se a necessidade da exposição solar, a qual foi aparentemente esquecida. Também se decobriu que o óleo de fígado de bacalhau podia prevenir o raquitismo, tendo-se apelidado o factor nutricional envolvido de vitamina D. Esta classificação não deixa revelar o real carácter dete nutriente que é na realidade uma hormona. A insuficiência em D pode despoletar infecções (gripe e tuberculose), esclerose múltipla, diabetes tipo 1, artrite reumatóide e doença inflamatória intestinal, bem como doença cardiovascular e cancro. A literatura médica começou a publicar desde 2007 cada vez mais artigos científicos sobre a insuficiência D, graças ao pioneirismo de M. Hollick. Actualmente sabemos que níveis elevados de vitamina D minimizam quase a zero o risco de cancro da mama, do cólon e da próstata. De facto, a hormona D tem duas acções celulares bem conhecidas: controlo do crescimento e promoção da diferenciação celulares. Sempre que as nossas células se desviam das suas progenitoras estamos perante células potencialmente cancerosas, e tanto pior e mais agressivas quanto mais se distanciam desse padrão normal. Ora, controlando isto e o crescimento anormal, poder-se-á controlar a cancerigenação. A hormona D também controla a inflamação que promove a aterosclerose e portanto a doença cardiovascular. A vitamina D também regula o potencial destrutivo das células T assassinas, refreando as doenças auto-imunes. A humanidade evoluiu na África equatorial onde a radiação solar é intensa, proporcionando fotões UVB capazes de fazer sintetizar vitamina D. Os nossos ancestrais absorviam muito mais radiação do que nós absorvemos actualmente. Uma mutação ocorrida há cerca de 50.000 anos é a responsável pelo aparecimento da pele branca, a qual contendo menos melanina proporciona a passagem de radiação solar em latitudes mais afastadas do equador, permitindo aos humanos viverem nas regiões nórdicas. Actualmente, a maioria da população vive acima do paralelo 35 (35º Norte) ficando incapaz de produzir hormona D durante quase metade do ano. Para piorar o panorama, as autoridades de saúde, lideradas pela Academia Americana de Dermatologia encetaram uma luta contra o sol por pensarem poder evitar o aparecimento de melanoma (cancro da pele).As quantidades de vitamina D presentes na nossa alimentação são diminutas, pelo que se torna imperiosa a suplementação Invernal. A maioria dos polivitamínicos e fármacos contra a osteoporose contêm de 400 a 800 UI de vitamina D, o que é manifestamente insuficiente. Na ausência de um teste sanguíneo de 25 OH colecalciferol, parece-me ajuizada a suplementação com 2.000 UI diárias de vitamina D. Desde há uns anos que prescrevo o doseamento de vitamina D aos meus pacientes, e conto pelos dedos de uma mão os que têm suficiência D.Trata-se de uma epidemia global, que agrava outra – a obesidade. As preocupações sobre a toxicidade vitamínica D são curiosas; é algo de que se fala mas que nunca ninguém viu! Ainda assim, basta medir o cálcio no sangue e ir controlando pois este será o primeiro sinal de intoxicação D. O crescimento dos cancros da pele nos últimos 25 anos acompanha o crescimento no uso de protectores solares que bloqueiam os raios UVB. Ora nós temos duas certezas: uma é que a radiação UVB protege de cancro e que a UVA é fortemente cancerígena; a outra é que o negócio dos cremes e protectores solares é milionário …

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